Capítulo 3 - E a Vadia se apaixonou!

Hoje acordei com uma vontade de dar umazinha! Não sou de ferro não é? Afinal, se Leonardo da Vinci eu posso dar umazinha sem nenhum problema! Para relaxar eu tomei um banho de rainha e me empanturrei de maquilagem, usei o primer e a base, ajudei com o pó compacto e um toque de sedução com o batom vermelho. Tenho uma entrevista de emprego pra lá de importante em um escritório, meus amigos sempre dizem que sou bonita, e de fato, acredito que sou. Embora algumas pessoas achasse que esse look não cabe para uma entrevista de emprego, eu acho que é perfeito, e estou bem assim.

 Fiz uma escova incrível, um vestidinho da SVU branco e um salto alto preto, coloquei a bolsa no ombro e saí desfilando, eu avistei a invejosa do apartamento 69 e empinei o nariz, aquela moça parece uma medusa com serpentes loiras e ameaçadoras bem no alto da cabeça. De cara ela me olhou com aquele habitual olhar maquiavélico cheio de inveja! Beijo no ombro pra ela! Eu hem!

 Dentro do Ônibus observo os volumes nas calças dos garotos mais bonitinhos, por que tanto eles coçam o pênis? Talvez queiram um pouco de atenção, observo com atenção alguns volumes, prazer em alto relevo, outros que nem se nota. Outros que não valem a pena nem olhar, porque o rosto é primordial também! Se pudesse transaria numa boa com todos os gatinhos que encontro pela rua, mas prefiro apenas imaginar, é menos promiscuo, menos perigoso e sou linda demais para sair com qualquer um, mesmo sendo viciada em sexo bem quente e selvagem.

 Mas imaginar também é bem interessante, quando algum cara bonito fica bem ao meu lado, em pé, que tal abrir o zíper da calça dele e conhecer o que há dentro da cueca? Um solavanco do ônibus e “Pluft” Eu volto à realidade. Está na hora de descer e rumo para o escritório que fica bem no coração da cidade, passo enfrente de várias lojas, Santa Lolla, a minha queridinha SVU e a parada obrigatória, Taty Sex Shop, onde comprei meu amiguinho (É assim que chamo o meu vibrador) e itens incríveis que apimentam minhas relações, as deixam ainda mais prazerosas e fantasiosas! Tenho pena de quem ainda não sentiu o quanto um simples gel de sabores e temperaturas pode deixar tudo mais quente!

 ***

 Sempre levo tudo para o lado sexual e não foi diferente na entrevista, e acho que o entrevistador, muito lindo, se sentiu acuado com tanta exposição (Risos). E não consegui o emprego, azar o dele, pois está perdendo a chance de me contratar! Antes da entrevista eu estava impecável, meio que vestida de Afrodite, mas agora estava mais para Shiva – A deusa da destruição!

 Minha maquiagem já estava um pouco borrada e mesmo sabendo que eu era muita areia para o caminhãozinho daquela empresa, eu fiquei chateada. Para ajudar, tinha tropeçado logo após deixar o escritório e esfolado todo meu Loubotin falso. Entrei no Sá rosa e pedi um café bem forte para espantar o tédio e foi quando a mágica aconteceu.

 Sabe quando você encontra uma bolsa Louis Vuitton e o seu coração dispara, e você manda o desgraçado se acalmar porque seu dinheiro não te proporciona nem uma bolsa na loja de dez reais! Foi assim que aconteceu, uma tragédia, porque afinal, gostar pra valer de alguém é um carma! E foi assim...

 O moço entrou no café com os cabelos pretos esvoaçados por causa do ar condicionado, vestia um casaco no estilo quatrocentos reais e tinha os olhos marrons claros, a pele morena da cor do pecado. A boca carnuda e um volume muito notável dentro da bermuda jeans. Estava babando e logo minha autoestima gritou:

Ele é gay!

 Olhei bem, e embora fosse bem delicado para um garoto, não parecia ser gay.

 Imediatamente a Autoestima me atormentou de novo:

Ele tem namorada, sua besta!

     Isso até poderia ser, mas o danado não usava aliança! Que oportunidade! Joguei o cabelo para trás e afastei a cadeira para ele ver que estava vaga, e para minha sorte (Enfim um pouco de sorte) o café estava lotado, ele deveria sentar naquele lugar!

  E sentou! Antes pediu licença. Achei que nunca mais iria ficar com aquela cara de idiota novamente, que iria curtir a vida e o sexo sem compromisso. Mas ele era tão perfeito e sedutor. Conversamos por alguns minutos e tava na cara que ele queria me dar uns pegas, quem iria deixar uma gata loira, peituda e sexy sair andando e Au revoir, certo?

 Então logo o sexo veio na minha cabeça, e perguntei em voz alta, até me esqueci de manter a conversa em tom baixo:

 -Escuta, quer transar?

 A cara que ele fez foi de espanto, que decepção, além de ele ficar me encarando por alguns segundos a galera toda do café me observava como se eu fosse louca. Então para me salvar a garçonete veio anotar o pedido, para ela um café forte e para mim um cappuccino sem chantili, prefiro chantili para outras coisas...

 O garoto bebericou o café ligeiramente delicado. Em seguida me olhou em fundo e perguntou?

 -Onde estávamos?

Quando eu ia responder com outra coisa qualquer ele continuou me interrompendo:

 -Ah é mesmo, na transa. Você curte sexo oral?   

 Assim sem mais nem menos? Deus é pai! Vacilei pela primeira vez em falar sobre sexo:

 -Sim! – respondi.

 -Perfeito! – Continuou ele – Mas acho que devemos nos conhecer melhor, olha esta rolando uma balada na cidade, a Danger e vai estar incrível!

 Enquanto ele terminava o café, se levantava e continuava a falar:

 - Te pego as nove em frente à Storm Store?

 Assenti enquanto ele se virava pra ir embora com todo aquele cheiro delicioso de cigarros e perfume caro.  Será que era blefe? Será que ia me dar um cano? A ansiedade me consumiu até as vinte horas...

[Continua]